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Textos, artigos e outros conteúdos esportivos desenvolvidos pela equipe de Pesquisa & Desenvolvimento do Insper Sports Business, e validados por membros do conselho da entidade. Os temas giram em torno de gestão esportiva e aspectos financeiros. Para isso, os membros passam por capacitações de professores ou profissionais da área.

A DIFERENÇA SALARIAL ENTRE A WNBA E A NBA

6/9/2018

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O Milwaukee Bucks (equipe da NBA) realizou entrevistas com diversos técnicos e assistentes em busca de um novo treinador, após acabar decidindo despedir o anterior. Alguns foram selecionados para uma entrevista final e outros descartados. Desses que não foram contratados, um ocupa o cargo de treinador auxiliar principal do San Antonio Spurs, uma das franquias mais vitoriosas da liga. Nada fora do esperado nesse caso, correto? Errado! Essa candidata era a ex-jogadora da WNBA (Liga Profissional norte-americana de basquete) Becky Hammon, que depois de ser a primeira mulher a se tornar full-time assistant coach de uma equipe da NBA, o San Antonio Spurs, pode vir a se tornar a primeira head coach mulher da história da liga em um futuro próximo.

Caso chegue à posição desejada, a eleita como uma das 15 melhores jogadoras na história da WNBA em 2011, ganharia um ótimo salário, assim como os atletas que gerenciaria. Mas e se Becky decidisse ser técnica na liga em que atuou durante 16 temporadas? Certamente a história seria outra. Há uma diferença elevada entre salários para jogadores e jogadoras de ambas as ligas. Enquanto Nneka Ogwumike, MVP da temporada 2016 da liga feminina, autora do arremesso do título no mesmo ano e uma das atletas mais bem pagas de sua liga, ganha em torno de 110 mil dólares ao ano, um calouro escolhido no draft que atuará em tempo integral na NBA ganha no mínimo 560 mil dólares anuais.
 
A diferença acima leva em conta um dos menores salários da NBA, afinal, a média salarial dos atletas da liga gira em torno de 4,5 milhões de dólares ao ano, ficando ainda maior se compararmos com o MVP de 2016/2017 da liga masculina, mesmo posto que Nneka ocupou na liga feminina. Russell Westbrook (o MVP) recebe 41 milhões de dólares ao ano (por 5 anos).
 
A diferença de remuneração não ocorre apenas em dados absolutos, mas também em relativos. Enquanto os atletas da NBA recebem algo em torno de 50% do total de arrecadação de sua liga, as jogadoras da WNBA acabam recebendo o equivalente a menos de 25%.Clique aqui para editar.
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Essa diferença salarial gritante leva um enorme número de atletas da WNBA a sacrificarem parte de suas férias na pós-temporada para irem para a Europa, onde as ligas são menos reconhecidas que a WNBA, mas há a oportunidade de jogar mais uma temporada completa no mesmo ano em busca de completar a renda. Assim, as atletas disputam, em um ano, torneios em dois países diferentes, ou seja, elas mantém o vínculo com a liga feminina americana, mas em seus períodos de férias, atuam por outros times.
 
A estratégia aparenta dar certo, tanto que Diana Taurasi, MVP da liga americana em 2009, inclusive desistiu de jogar a temporada de 2015 nos Estados Unidos para disputar apenas a liga russa (a qual não é um polo do basquete europeu, não despertando interesse do público do esporte no geral), afinal, assim abria mão dos 107 mil dólares norte-americanos a pedido do UMMC Ekaterinburg, que a ofereceu 1,5 milhão de dólares por uma temporada exclusiva, mais de 10 vezes seu salário original.
 
Não só Taurasi teve um aumento tão substancial de renda, Brittney Griner, por exemplo recebeu 49.440 dólares em sua primeira temporada da WNBA, assim que esta acabou, ela foi para a China, onde a pagaram 600 mil dólares para jogar por 4 meses. Entretanto, não são todas as jogadoras que recebem salários tão bons fora dos Estados Unidos. Afinal, os considerados como torneios que melhor pagam às atletas da WNBA são as ligas turca, russa e chinesa, mas, estas funcionam assim como as ligas do Oriente Médio e Extremo Oriente para o futebol masculino. As melhores atletas (normalmente as que vem da WNBA) recebem salários muito acima do que receberiam em seu país de origem, já o resto não recebe salários extraordinários, longe disso, recebendo até menos do que seria pago pela WNBA. Ligas mais tradicionais, como a italiana ou a espanhola (ou ainda a francesa e a israelense) pagam salários médios similares aos da WNBA, normalmente oferecendo mais para as estrelas americanas (mesmo assim sendo menor que o das três ligas que melhor pagam).
 
Segundo a própria Diana Taurasi, ao comentar sobre os salários, tais salários tão acima da média não são graças a uma maior receita dos times russos (no caso citado por ela), mas pelo fato de uma parte dos times serem propriedade de milionários e bilionários que vem o basquete feminino como seus “hobbies”. Assim, eles pagariam acima do que seria rentável por ter com o objetivo de formar equipes fortes e competitivas, sem se importar tanto com o dinheiro.
 
A diferença abismal entre as ligas não se resume aos salários dos atletas. Enquanto, atualmente, a média de público na arena da WNBA é em torno de 7 mil espectadores por partida, contra 18 mil na liga masculina. Além disso, o Jogo das Estrelas feminino teve 709 mil espectadores (entre online, pela tv e presencial), já o masculino teve 7,7 milhões de espectadores nas mesmas categorias. Essas diferenças de exposição levam a resultados financeiros muito diferentes entre as ligas, tanto que apenas de contratos televisivos (2,4 bilhões de dólares ao ano) a liga masculina gera mais receita que o total da feminina (52 milhões de dólares ao ano). Contando toda a entrada de caixa na NBA a receita fica ainda maior, 7,4 bilhões de dólares ao ano.

Assim, é possível observar que as ligas apresentam resultados tão diferentes graças a uma falta de valorização do público em geral, que (ainda) presta muito menos atenção no basquete feminino que no masculino. Muito disso vem em função da desconfiança quanto à qualidade técnica do jogo feminino, como pode-se ver no relato da jogadora profissional  Devereaux Peters, que conta que diversos homens a param na rua e a desafiam a uma partida de um contra um quando a reconhecem como jogadora da WNBA. Segundo a jogadora, grande parte destes (os quais não são atletas de alto nível) acreditam que conseguiriam ganhar a partida. O detalhe: segundo Peters, ela acabou ganhando todos esses desafios.

Gabriel Madasi
Ciências Econômicas/2º
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