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Mudanças e Perspectivas para a Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019

23/5/2019

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Por Pedro Torresan

A Copa do Mundo de Futebol Feminino de 2019 ocorrerá na França em menos de um mês e, pela primeira vez no Brasil, os jogos da seleção brasileira serão transmitidos pela TV aberta, além dos canais fechados. Ainda que nos conteúdos jornalísticos esportivos do Brasil desse ano haja um maior holofote para a Copa América, visto que será sediada em território nacional, é inegável que o evento que ocorrerá na França parece atrair um maior interesse do público do que os anteriores. Esta é a oitava edição da competição, que conta com 24 equipes e funciona no mesmo formato que o torneio masculino, com fase de grupos e mata-mata. Vale ressaltar que este se encaminha para sua 21ª edição e é disputada entre 32 seleções, sendo mais antigo e mais bem estruturado. Na oitava edição do mundial disputado em 1966 o número de participantes era ainda menor, com apenas 16 seleções. Apesar desse desequilíbrio verificar a necessidade por uma maior estruturação e desenvolvimento do esporte feminino, alguns sinais de mudança já começam a aparecer, indicando que 2019 pode até ser o ano do futebol feminino.

​As diferenças que se fazem presentes entre as competições masculina e feminina estão atreladas ao contexto histórico e a questão do gênero, que implicavam na exclusão da mulher no esporte, retardando o seu desenvolvimento. Tanto é, que a primeira Copa do Mundo de futebol feminino ocorreu somente em 1991 - 61 anos depois da primeira edição masculina em 1930. Além das diferenças citadas, observa-se como consequência a divergência nas premiações, com o valor agregado para as mulheres sendo de US$30 milhões, 92,5% menor do que o valor para os homens, que receberam US$400 milhões. Essa discrepância é ainda maior quando se trata da bonificação para os vencedores, enquanto a equipe campeã na Rússia ano passado recebeu US$38 milhões, na França a equipe campeã receberá US$4 milhões. Contudo, se analisarmos a evolução do prêmio em dinheiro, a Fifa parece se esforçar para elevar o patamar do futebol feminino: a premiação para esse ano é o dobro do valor para a edição passada, ao passo que entre os homens, o aumento foi de 12%. O gráfico a seguir mostra a evolução das recompensas financeiras nas última quatro edições, quando a premiação em dinheiro foi introduzida na modalidade feminina.
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A discrepância entre os valores é embasada por uma quantidade inferior de patrocínios e um suporte ainda menor por parte de veículos de transmissão, muito devido ao menor interesse do público por essa competição. Contudo, para o ano de 2019, o grupo Globo, maior conglomerado de mídia da América Latina e com maior influência e audiência do país, já indicou que exibirá todos os jogos da seleção brasileira em seu canal principal, ou seja, sendo exibidos na TV aberta. No canal SporTV e na plataforma digital Globoesporte.com, também pertencentes ao grupo, serão transmitidos todos os jogos da competição. A Rede Bandeirantes, outra emissora de grande tradição e relevância, já indicou que também veiculará jogos da Copa do Mundo feminina deste ano. A transmissão completa desse evento é inédita no país – anteriormente apenas SporTV e TV Brasil possuíam jogos da seleção brasileira em suas programações – e é um enorme incentivo para o futebol feminino, tanto para a prática, sobretudo para as futuras gerações, quanto para um maior interesse do público e desenvolvimento do esporte no país. A ideia é que a visibilidade atraia mais patrocinadores e estimule a evolução da modalidade por parte dos clubes.

Enquanto no Brasil busca-se dar uma maior visibilidade à Copa do Mundo feminina visando atrair patrocinadores para que as receitas geradas sejam maiores, no ano de 2019 as duas principais empresas de materiais esportivos do mundo, Nike e Adidas, adotaram a mesma estratégia para conseguirem um diálogo maior com o público feminino. No período próximo ao Dia Internacional da Mulher, a Nike promoveu a campanha “Só é loucura até você fazer”, acompanhada por um vídeo mostrando os desafios das mulheres no esporte. A empresa de fato trouxe para este ano algumas mudanças, promovendo a criação da Premier Cup para as meninas, uma competição de futebol de base que abre portas para o futebol mundial e até então só existia para os meninos; introduzindo o Nike Futebol Clube, projeto que fornece treinos semanais gratuitos no Parque Ibirapuera, em São Paulo e treinos mensais no Estádio de Pacaembu, como forma de incentivo ao futebol feminino para as novas gerações; e fechando uma parceria de três anos com a Uefa para fornecer os materiais para essa categoria. No que diz respeito à Copa do Mundo, a Nike também trouxe mudanças: pela primeira vez na história as seleções femininas contarão com uniformes feitos exclusivamente para as mulheres, e desenvolvidos com a participação das atletas. A Adidas, principal concorrente da empresa americana, também apresentou um gesto significativo com o decreto “Equal pay for equal play”, que anunciava a equiparação dos pagamentos de bônus às atletas vencedoras da Copa do Mundo de 2019 em relação aos homens.

É muito difícil que, em um curto período de tempo, a Copa do Mundo de Futebol Feminino se torne um evento com as mesmas proporções da competição masculina, contudo deve-se observar o atual cenário não a partir das discrepâncias que ainda vigoram graças ao passado, mas a partir das mudanças que vêm ocorrendo e se intensificaram esse ano por parte de dois dos atores de maior relevância na estruturação dessa competição: patrocinadores e veículos de transmissão. Além disso percebe-se que clubes, federações e confederações continentais parecem mostrar uma preocupação maior em estimular o futebol feminino, como é o caso da Conmebol que exige que clubes tenham times femininos para que possam disputar suas competições. A UEFA por exemplo, aumentou o investimento no futebol feminino em mais de 100% desde 2012, indo de €50,4 milhões para €111,7 milhões. Essa mudança, aos poucos, começa a mostrar resultado, nesse ano, de maneira inédita um time chegou às semifinais da Champions League nas categorias masculina e feminina da competição.

Esses esforços são essenciais e podem significar um cenário otimista a longo prazo do desenvolvimento do futebol feminino, como é hoje na França, que espera contar com um ‘efeito Copa do Mundo’ para os clubes incentivarem a estruturação das categorias de base. A Federação Francesa de Futebol terá pelo menos 15 milhões de euros para auxiliar clubes em projetos direcionados ao desenvolvimento da categoria de base do futebol feminino. Mesmo com a discrepância entre as categorias, as mulheres em um menor período de tempo já conseguiram feitos que nunca foram atingidos no futebol masculino, como é o caso da Formiga, única atleta com participação em 7 mundiais e que aos 41 anos é referência na seleção brasileira e no PSG, clube de grande expressão na Europa e no mundo. Não podemos esquecer que o Brasil é candidato para sediar a Copa do Mundo feminina de 2023. Resta torcer...

​Fonte:
Fifa dobra premiação da Copa do Mundo feminina, mas é criticada. https://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/fifa-dobra-premiacao-da-copa-do-mundo-feminina-mas-e-criticada_35793.html
Copa do Mundo Feminina terá cobertura especial no Brasil; confira
https://www.90min.com/pt-BR/posts/6345431-copa-do-mundo-feminina-tera-cobertura-especial-no-brasil-confira
Copa do Mundo feminina será transmitida pela 1ª vez no Brasil
https://istoe.com.br/copa-do-mundo-feminina-sera-transmitida-pela-1a-vez-no-brasil/
Só é loucura até você fazer
https://www.youtube.com/watch?v=kGe5dwduBi4
Futebol feminino ganha status em ano de Copa do Mundo
https://maquinadoesporte.uol.com.br/artigo/futebol-feminino-ganha-status-em-ano-de-copa-do-mundo_36620.html
Por que 2019 vai ser o ano do futebol feminino
https://hysteria.etc.br/ler/por-que-2019-vai-ser-o-ano-do-festival-feminino/
Na França, sede da Copa do Mundo, o futebol feminino tem margem para crescimento
https://istoe.com.br/na-franca-sede-da-copa-do-mundo-o-futebol-feminino-tem-margem-para-crescimento/
NUMBER-CRUNCHED: THE RISE AND RISE OF THE WOMEN’S WORLD CUP
http://www.sportingintelligence.com/2015/06/01/number-crunched-the-rise-and-rise-of-the-womens-world-cup-010601/
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