INSPER SPORTS BUSINESS
  • HOME
  • SOBRE
  • PROJETOS
  • CONTEÚDOS
  • EVENTOS
  • CONTATO
  • PROCESSO SELETIVO 2022.1

CONTEÚDOS

Textos, artigos e outros conteúdos esportivos desenvolvidos pela equipe de Pesquisa & Desenvolvimento do Insper Sports Business, e validados por membros do conselho da entidade. Os temas giram em torno de gestão esportiva e aspectos financeiros. Para isso, os membros passam por capacitações de professores ou profissionais da área.

O Mundo do Futebol no Mercado de Capitais

14/12/2018

Comentários

 
O futebol no mundo está se convertendo cada vez mais rapidamente em um negócio. Times geram lucro, buscam maximizar suas receitas, diminuir custos e se mostrar cada vez mais competitivos no mercado, em busca de investimentos e de superar seus rivais. Como consequência, assim como empresas de outras áreas de atuação, diversos times de futebol estão abrindo capital em busca de captar mais recursos. A partir disso, é possível traçar um panorama inicial sobre a entrada dos clubes na Bolsa de Valores.

Na Itália, a Juventus, equipe da estrela portuguesa Cristiano Ronaldo, é um dos clubes que comercializam ações. Recentemente, estas experimentaram um boom. Ao longo do ano de 2018, as ações do clube eram negociadas a um preço aproximado entre 0,6 euros a 0,7 euros por ação. Entretanto, a partir da metade da Copa, os rumores de que a estrela portuguesa seria contratada cresceram, até se concretizar de fato, o que levou as ações a subirem a 1,57 euros (11 de setembro), como pode-se ver no gráfico 1.

Afinal, com a nova aquisição, as previsões de resultados dentro e fora de campo melhoraram. No gramado, o clube passou a ser visto com maior segurança como tendo chances de levar a UEFA Champions League, nível máximo da competição europeia entre clubes. Dessa maneira, caso se concretizem as expectativas do clube, a receita seria maior, pois na última temporada a Juventus receberia no mínimo 18,5 milhões de euros a mais caso chegasse às finais (caiu nas quartas-de-final), sem contar a receita de venda de ingressos, apenas a premiação oficial. Vale dizer que nessa temporada, um clube que chegue às finais, ganhando todos os seus jogos, receberá 51,6 milhões de euros.

Além disso, o lucro da companhia tinha expectativa de crescimento apenas com o marketing e exposição geradas com a contratação do jogador. Após o anúncio da chegada da estrela, a Juventus faturou mais de 50 milhões de euros em apenas 24 horas com a venda de camisetas do jogador. As receitas de ingressos, por sua vez, subiram em torno de 50% (indo de 880 mil euros para 2,7 milhões de euros) no primeiro jogo em casa da temporada, apesar de o preço dos ingressos ter subido apenas em 30%.

Com a expectativa de que ganhariam mais ainda, fosse com a imagem do jogador fosse com resultados em campo motivados por ele, a expectativa era de que o gasto de 100 milhões de euros com sua contratação seria superado pela variação positiva do lucro. Assim, o clube pagaria mais dividendos aos investidores, o que motivou uma maior procura por títulos, e, logo, um maior preço de negociação destes.
​
Entretanto, um evento inesperado alterou a tendência de crescimento que havia e pôs em dúvida os aspectos anteriormente anunciados. O atleta foi acusado de agressão sexual. Isto trouxe problemas à imagem do jogador e (consequentemente) à do clube e fez com que acionistas quisessem vender suas ações, de modo a garantir que seus nomes não estariam atrelados ao crime cometido pelo jogador. Assim, no dia 10 de outubro, o preço das ações do time havia caído para 1,1 euros.
Imagem
Mas não só a Juventus tem capital aberto no mercado de ações. Diversos clubes de vários países, desde a Turquia até o Reino Unido, passando pela Alemanha, estão listados nas bolsas de suas nações.

No país com um pé na Europa e outro na Ásia, os 4 maiores clubes apresentaram resultados interessantes com a abertura de capital. Por exemplo, o Trabzonspor, o qual não ganha o campeonato turco desde 1984, viu suas ações valorizarem 123% no ano de 2016. O time, no entanto, não foi o único que experienciou um crescimento muito alto no valor das ações: o  Beşiktaş JK teve valorização de 85% e o Galatasaray SK valorizou 83%. Quem foge à regra foi o Fenerbahçe SK, que penalizado por desrespeitar o Fair Play financeiro na temporada 2015/2016, valorizou-se apenas em 5%. O crescimento dos demais aparenta ser motivado por razões fora do campo: graças ao aumento do lucro por patrocínio e venda de produtos (aumenta em 45% para Beşiktaş, em 50% para o Fenerbahçe e em 22% para o Galatasaray entre as temporadas 2014-2015 e 2015-2016), aumento da receita em dias de jogo (subiu em 40% para o Fenerbahçe e em 88% para o  Beşiktaş) e ao aumento das receitas televisivas (entre as temporadas citadas, subiu em 14% para o Fenerbahçe SK e em 33% para o Beşiktaş).

É interessante analisar dois aspectos: o Trabzonspor não experimentou aumentos de receita como os outros times (a receita de patrocínios e produtos caiu em 15%, a de dias de jogos caiu em 32% e a de receitas televisivas em 12%), assim sendo difícil entender o motivo do preço das ações do clube terem melhorado tanto. Além disso,  a Bolsa de Valores de Istambul variou apenas em 9% no mesmo ano, assim vê-se que os clubes seguiram uma tendência bem distinta que o restante do país.

Mesmo com tal valorização das ações dos clubes turcos, aparenta ser complicado um investimento nos clubes da região. Afinal, suas ações são extremamente voláteis e imprevisíveis, tanto que o Trabzonspor viu suas ações de maio de 2015 (quando foi listado na bolsa) até janeiro de 2011 (quando conseguiram se qualificar para a UEFA Champions League), a variação teria sido de 83%, mas, caso você a comprasse neste momento e a vendesse em junho de 2017, as ações teriam caído em 320% (mesmo com a variação positiva de 123% em 2016). Tal volatilidade do time pode ser retratada um pouco no gráfico do preço das ações nos últimos 5 anos.
Imagem
No Reino Unido, por sua vez, times como o Manchester United, o Celtic FC (Escócia) e o Arsenal (dentre outros) apresentam o capital aberto. Entretanto, a abertura nem sempre foi positivo para as equipes. Na década de 1990 as equipes inglesas (em específico) começaram a negociar ações na bolsa, chegando a haver 27 times listados na bolsa no meio da década. Porém, as ações eram negociadas a altos valores, custando caro aos investidores, e os clubes falhavam em pagar dividendos, pois gastavam grande parte do dinheiro em contratação de novos jogadores. Dessa maneira seus valores de mercado começaram a cair até que grande parte desistiu de deixar as ações listadas na Bolsa.

Já no país germânico, as duas principais equipes - Bayern de Munique e Borussia Dortmund - são sociedades anônimas, podendo vender ações na bolsa. Na primeira, isto não ocorre, o Bayern não negocia ações na Bolsa, mas, as empresas Adidas, Audi e Allianz são donas de 8% (cada uma) do clube aproximadamente. Já o outro time negocia ações, sendo que o valor destas subiu 31% em 2016 graças a um novo contrato de televisionamento que aumentou a receita do clube.

Não é só no Velho Continente em que se encontra times com o capital aberto. Próximo ao Brasil há um bom exemplo: o Chile. Lá foi promulgada em 2005 uma lei, a SAPD, que incentiva clubes de futebol a se tornarem sociedades anônimas, pois ao se converterem passariam a se enquadrar em uma lei de isenção fiscal para mercados emergentes no Chile, limitando os impostos sobre ganhos de capital.

Assim, em junho de 2005, o Colo-Colo (um dos maiores times chilenos) se tornou o primeiro time de futebol de capital aberto nas Américas, abrindo capital na Bolsa de Santiago. Dessa maneira, com os 31 milhões de dólares que entraram com o IPO do clube, este (o qual quase falira em 2002) pôde pagar dívidas antigas e ainda reformar seu estádio, retomando o bem-estar financeiro. Tanto a jogada deu certo, que em anos seguintes outros times de grande porte seguiram os passos do rival. Em 2008 a Universidad de Chile levantou quase 15 milhões de dólares com a venda de 55% de suas ações. Já no ano seguinte, foi a vez da Universidad Católica, que arrecadou 25 milhões de dólares ao vender 100% de suas ações.

A contrapartida desse novo modelo adotado foi a necessidade de profissionalização das equipes. Estas passaram a seguir exigências necessárias para as demais sociedades anônimas. Assim, a empresa passa a ter algumas obrigações como dever ser transparente, adotar um modelo de governança corporativa, ter um Conselho Fiscal.

 Assim, torna-se possível ter um panorama inicial dos clubes que já sendo tratados como empresas estão abrindo capital na bolsa de valores de seus respectivos países. Vê-se que tais times já se adequam a modelos de gestão como qualquer outra empresa, pagando dividendos e buscando o lucro, caso contrário (assim como o caso mencionado dos times britânicos) acabam vendos suas ações caírem muito de valor por não serem rentáveis.

Gabriel Madasi
2º/Economia 
​
Comentários

    Categorias

    Todos
    Atletismo
    Basquete
    Curiosidades
    E-sports
    Futebol
    Futebol Americano
    Futebol Feminino
    Inclusão No Esporte
    Inclusão No Esporte
    Surf

    Histórico

    Janeiro 2022
    Agosto 2021
    Março 2021
    Janeiro 2021
    Julho 2020
    Junho 2020
    Abril 2020
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Julho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Março 2019
    Dezembro 2018
    Novembro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Maio 2018

     EQUIPE

    A área de Pesquisa & Desenvolvimento é composta por membros responsáveis por gerar conteúdos relevantes e atrativos para a entidade.

Imagem
Home
​
​Projetos
Eventos 
​Apoiadores
Conteúdos
​
Eventos
​Panorama 2019.1
Panorama 2019.2

Contato
inspersb@gmail.com
Insper, Rua Quatá, 300
Sobre
Missão, visão e compromisso
Áreas de atuação
​

Imagem
  • HOME
  • SOBRE
  • PROJETOS
  • CONTEÚDOS
  • EVENTOS
  • CONTATO
  • PROCESSO SELETIVO 2022.1