Insper Sports Business
  • HOME
  • SOBRE
  • CONTEÚDOS
  • EVENTOS
  • CONTATO
  • PROCESSO SELETIVO
  • PANORAMA ESPORTIVO 2020.1

CONTEÚDOS

Textos, artigos e outros conteúdos esportivos desenvolvidos pela equipe de Pesquisa & Desenvolvimento do Insper Sports Business, e validados por membros do conselho da entidade. Os temas giram em torno de gestão esportiva e aspectos financeiros. Para isso, os membros passam por capacitações de professores ou profissionais da área.

As relações entre o Fair Play Financeiro e Manchester City

13/7/2020

 
Por Guilherme Habermann e Rodrigo Zalcman
 
O mundo futebolístico foi, no início de fevereiro, surpreendido com a notícia de que o gigante inglês Manchester City foi banido pela UEFA de qualquer competição europeia por dois anos. O motivo: descumpriu com as regras impostas pelo Fair Play financeiro.
Controlar as finanças é um âmbito extremamente importante em qualquer entidade. Federações europeias de futebol compartilham dessa ideia e, a começar pela alemã em 1962, têm tentado instaurar meios para essa viabilização. Não houve um caso específico que motivou a criação do sistema, mas – sobretudo no início do século XXI – muitos clubes sofreram altos aportes financeiros, que impactavam diretamente no desenvolvimento de longo prazo dos envolvidos (como exemplos: Milan e Internazionale). A partir de 2009, a UEFA decidiu condensar todas as regras em um só mecanismo que englobasse os clubes participantes de suas competições continentais. Tal projeto entrou em vigor a partir de 2011, e visa melhorar a saúde financeira do futebol do velho continente. Ele opera de forma a impedir que clubes gastem mais do que foi arrecadado em suas gestões, a fim de que eles consigam pagar suas contas em dia. Além disso, tenta diminuir a distância entre os clubes mais pobres e ricos, impedindo investimentos extravagantes (baseados unicamente em injeção de capital externo). Em suma, o FP Financeiro busca um aumento da sustentabilidade financeira nos times europeus.
Aprofundando nos impactos do mecanismo, ele de fato é uma solução que tende a trazer uma grande melhora no futebol. Segundo um estudo da UEFA, desde 2012, quando os primeiros resultados do Fair Play começaram a ser notados, o déficit dos clubes europeus foi diminuindo gradativamente até 2017, quando houve o registro do primeiro superávit.

​Gráfico 1
: Resultados financeiros acumulados dos clubes europeus (2008-2017)
Imagem
Fonte: Manual de Licenciamento de Clubes - CBF
 
Ainda, pode-se argumentar que o crescimento dos déficits no período anterior a 2010 foi influenciado pela crise financeira mundial. De certa forma, por se tratar de um sistema relativamente novo, torna-se difícil a medição de sua eficácia. Todavia, num âmbito geral, ao observar alguns indicadores que condensam as finanças dos clubes europeus, a melhora é notável. O índice dívidas/receitas passou de 65% (2009) para 34% (2017). Isso pode ser gerado de duas formas: aumento das receitas ou diminuição da emissão de dívida. Analisando isso em conjunto com os indicadores:
Custos Operacionais/Receita: 38% (2008) à 32% (2017)
Salários/Receita: 65,1% (2011) à 61,3% (2017)
Pode-se perceber que, no geral, as receitas potencialmente cresceram ou diminuíram na mesma medida em que os custos operacionais e os salários o fizeram. O mais contrastante, entretanto, é percebido ao comparar-se as dívidas – as quais passaram a representar muito pouco perante as receitas. Na tentativa de evitar possíveis punições, podemos assumir que houve uma maior preocupação dos clubes em buscar um crescimento mais orgânico para suas obrigações, de forma a evitar que se tornassem nocivas aos próprios clubes.
Em suma, ao contrário do que muitos pensam, o Fair Play Financeiro não visa deixar com que todos os clubes sejam limitados aos mesmos valores de investimento. O mecanismo, entretanto, segundo a própria definição da UEFA busca “melhorar a saúde financeira global do futebol europeu de clubes”. Para isso, algumas imposições têm de ser feitas e acabam respaldando naqueles que detém muito poderio econômico. Em finanças, uma forma de se investir é captando dívida. Todavia, muitos clubes no passado o faziam para ganhar títulos e popularidade no curto prazo, sem se preocupar como as gestões futuras da própria entidade lidariam com suas obrigações infladas e, muitas vezes, descontroladas. De modo geral, o mecanismo simplesmente tenta prevenir para que erros estruturais, sobretudo no angariamento de capitais, ocorram. Finalmente, a própria UEFA crê em investimentos a longo prazo. Indago: por mais que o Manchester City tenha infringido o Fair Play Financeiro – e deve arcar com as consequências caso seja efetivamente comprovado –, o projeto no qual a Abu Dhabi United Group está se alicerçando não visa o longo prazo e o crescimento sustentável?
 
REGRAS CENTRAIS DO FAIR PLAY FINANCEIRO
1- Patrimônio Líquido Positivo (mais ativos que passivos);
2 - Aporte de acionistas/empresas relacionados ao clube não pode representar mais de 30% da receita total anual;
3 - Déficit máximo a cada três temporadas (quanto os gastos podem superar as receitas): 5 milhões de euros (valor sobe para 30 milhões de euros caso possa ser financiado pelos proprietários do clube);
4 - Investimento na contratação de jogadores não pode superar os 100 milhões de euros na diferença entre compra e venda.
5 – O clube deve passar por auditoria externa e deve ser assegurado que não há risco de interromper suas atividades por motivos exclusivamente financeiros.
 
PUNIÇÕES
Desde advertências e multas até desqualificação de torneios e retirada de títulos.
Exemplos:
- Milan: foi excluído da Liga Europa 2019/2020 por ter prejuízos acima do permitido pela regra 3 do item anterior, no último triênio.
- Porto: no ano de 2017, após apresentar um déficit acima do permitido pelas regras do FP financeiro, o clube português foi punido pela UEFA com uma multa de 700 mil euros, além de não poder inscrever os habituais 25 jogadores nas próximas temporadas da Liga dos Campeões (22 atletas no máximo na temporada 2017/2018 e 23 atletas no máximo na temporada 2018/2019).
- Chelsea: advertido por ter aumentado suas receitas com injeções exacerbadas de capital. Ainda, pelo fato de ter tido desequilíbrio nas transferências internacionais e no registro de jogadores menores de dezoito anos, foi impedido de contratar jogadores na temporada 19/20.
 
CASO MANCHESTER CITY
O clube de Manchester foi adquirido pelo fundo de investimentos árabe, Abu Dhabi United Group em 2008. A proposta da aquisição era de reerguer um clube imerso em dívidas e transformá-lo em uma potência mundial. Esses objetivos foram, em grande medida, alcançados. De certa forma, pode-se atribuir tais feitos à exuberante injeção de capital realizada no time nesses últimos anos. Como exemplo: o clube empregou cerca de 1,47 bilhões de euros para a contratação de jogadores entre 2010 e 2018. Isso, por si só, não vai de encontro ao Fair Play Financeiro, dado que a ferramenta não visa limitar as quantias em si, mas, sim, os meios com que essas receitas – que se tornam, posteriormente, investimentos – são angariadas.
Sobre esse âmbito, pode-se observar que o Manchester City é patrocinado pela Etihad Airways, uma companhia aérea que pertence, também, ao conglomerado dos Emirados Árabes. No entanto, grande parte do valor que o time revelou receber da empresa vinha diretamente do grupo proprietário de ambos. A companhia aérea foi, supostamente, responsável por apenas 8 milhões de libras das 67,5 milhões de libras que investia no clube – o que representa aproximadamente 12% do valor contratual. O restante foi financiado diretamente pelos donos da equipe, algo ilegal pela regra 2 citada anteriormente. Pode-se presumir que o grupo árabe optou por tomar essa estratégia na tentativa de amortizar uma das dívidas da companhia aérea de seu conglomerado, a qual opera há algum tempo com prejuízos. Ademais, segundo o Órgão de Controle Financeiro do Clubes (CFCB), da UEFA, o Manchester City camuflou as receitas referentes aos anos de 2012 a 2016 e não cooperou com as investigações. Em fevereiro essas atitudes ocasionaram na determinação de, para além de ter de arcar com uma multa de 30 milhões de euros, banimento de qualquer competição continental europeia pelos próximos 2 anos. Entretanto, o Manchester City apelou a decisão. Isso levou a CAS (Court of Arbitration for Sport ou Tribunal de Arbitragem do Esporte), que regula e julga casos como esse, a anular a decisão anterior, de forma que a multa arrefeceu para 10 milhões de euros e o time poderá participar de todas as competições. Tal medida foi tomada com base na falta de evidências que justifiquem os aportes ilegais (principal base para a condenação anterior). Em suma, o órgão regulador entendeu que o City não colaborou com as investigações da UEFA sobre suas finanças, o que justifica a multa. Todavia, a falta de provas auxilia o clube na medida em que não será impedido de jogar as principais competições europeias.
Adentrando nos aportes, desde o início do recebimento do patrocínio visto como irregular pelo Fair Play financeiro, o desempenho do clube melhorou muito, destoando dos demais times ingleses ao conquistar 4 títulos da Premier League, além de outros 10 títulos nacionais em apenas dez anos. Tal injeção de capital também abriu espaço para o crescimento de outras importantes fontes de receita: o melhor desempenho dentro de campo refletiu em maior bilheteria, maiores cotas de transmissão de TV (aumento em função do desempenho na temporada anterior) e aumento das vendas de produtos licenciados, que vem subindo a cada temporada.

​Gráfico 2: Principais Receitas Manchester City (2008-2019).
Imagem
¹ Fonte: Lange, David. Statista.
² O gráfico não conta com receitas provenientes de jogadores, pois essas serão debatidas posteriormente.
 
Internacionalmente o desempenho ainda não foi o esperado, uma vez que ainda não conquistou títulos de expressão como a Champions e a Europa League. Ainda assim, suportado pelos altos investimentos dos últimos dez anos, o City sempre entra como um dos favoritos na competição europeia e segue com confiança para quebrar este tabu, chegando a ser comparado por um de seus dirigentes com o gigante Barcelona, que demorou quase 50 anos para conquistar pela primeira vez o campeonato.
Retomando os investimentos em jogadores, caso não fossem investidos os valores vistos como ilegais pelo FP Financeiro, o Manchester City não teria o luxo de realizar tantas contratações, ficando com um elenco menos qualificado, o que dificultaria a conquista de títulos neste período, perdendo visibilidade e, possivelmente, boa parte de suas fontes de receita. Para mais, pelo fato de efetuar transações tida como infladas, o time de Manchester não é conhecido por ser o melhor dos negociadores no mercado de transferências. Em suma, o déficit com relação às negociações é notável, o que evidencia ainda mais a dependência do Manchester City de seus patrocinadores externos.

Gráfico 3: Manchester City – Contratações mais caras (em milhões de euros).
Imagem
Fonte: dos autores, com dados do transfermarkt.com.

Gráfico 4: Manchester City – Vendas mais caras (em milhões de euros).
Imagem
Fonte: dos autores, com dados do transfermarkt.com.
 
Indo além, concretizada a punição, o time inglês estaria fora de duas edições da Champions League, perdendo uma importante fonte de receita: a premiação da competição. Só por participar da fase de grupos, os clubes já recebem um valor fixo de 15,25 milhões de euros. Cada vitória nesta fase vale 2,7 milhões de euros e cada empate, 900 mil. Passando de fase, os clubes recebem os seguintes valores: Oitavas de final (9,5 milhões de euros), Quartas de final (10,5 milhões de euros), Semifinal (12 milhões de euros), Final (15 milhões de euros) e Campeão (4 milhões de euros). Em uma situação hipotética em que faturasse os dois campeonatos que participaria com 100% de aproveitamento, o City poderia ganhar cerca de 165 milhões de euros, sem contar com ajustes mercadológicos e de um ranking da UEFA.
Em última instância, além de investimentos dentro dos gramados, o clube está despendendo gastos fora deles, como o caso da reformulação de seu estádio, o Etihad Stadium, e na construção do Etihad Campus – o centro de treinamento. Os valores estimados para a construção de foram próximos aos 300 milhões de euros. Vale enfatizar, também, que o aporte realizado pelo conglomerado árabe em 2008 facilitou para que toda essa estrutura viesse à tona.
            Para contornar a situação de dependência, uma possível solução para o Manchester City seria passar a ser patrocinado por outras empresas além da Etihad Airway, algo que não seria complicado devido a atratividade e dimensão que o clube possui atualmente. Todavia, caso isso ocorresse, o Abu Dhabi United Group passaria a depender de outras instituições para que o clube recebesse aportes, o que não seria benéfico para o conglomerado. Ademais, observando sobre outra perspectiva, o Manchester City não poderia simplesmente regularizar o patrocínio provindo do Fundo de investimentos árabe e deixar de lado a companhia aérea. Isso não só pelo fato de o clube ser muito vinculado à marca Etihad, mas também devido à regra de não poder ter aporte de empresas ligadas ao proprietário do clube superior a 30%. Em suma, desvincular-se poderia, num primeiro momento, gerar déficit de renda por parte do clube e, em seguida, impactar diretamente nas relações com o conglomerado. Uma última solução – conservadora e, paradoxalmente, ousada – seria de atender às exigências do Fair Play Financeiro. No curto prazo tal solução pode parecer danosa. No entanto, considerando-se os investimentos realizados não apenas em infraestrutura, mas também em construção de marca, no médio e longo prazo, o clube poderia colher frutos positivos – uma vez que potencialmente atletas de sua base gerariam retorno desportivo ou financeiro (como observado, respectivamente, com Phil Foden e Iheanacho). Para mais, sua marca mostra-se consolidada, de modo que foi avaliada pela revista Forbes, em 2019, como o 5º clube mais valioso do mundo e, em 2020, aparece como primeiro colocado no site transfermarkt.com, com valor estimado de 1,06 bilhões de euros. De outro modo, seu valor é expresso na medida em que o lucro operacional estimado é de 168 milhões de euros, valor muito acima do usual para times de futebol.
 
 
 
 
Referências:
 
https://www.infomoney.com.br/colunistas/cesar-grafietti/o-que-e-fair-play-financeiro-para-comecar-a-conversa-no-bar/
https://www.statista.com/statistics/251154/revenue-of-manchester-city-by-stream/
https://bleacherreport.com/articles/2876340-manchester-city-hit-with-2-season-ucl-ban-eur30m-fine-over-ffp-violation
https://www.nytimes.com/2020/06/10/sports/soccer/manchester-city-champion-league-ban.html#:~:text=Manchester%20City%2C%20backed%20by%20the,from%20spending%20beyond%20their%20means.
https://www.theguardian.com/football/2020/feb/17/manchester-city-sponsorship-covered-by-abu-dhabi-government-not-etihad
https://www.transfermarkt.com.br/manchester-city/rekordabgaenge/verein/281
https://www.transfermarkt.com.br/manchester-city/transferrekorde/verein/281
https://www.dailymail.co.uk/sport/football/article-2862372/Manchester-City-reveal-new-200m-Etihad-Campus-finest-training-facility-world.html
https://www.forbes.com/teams/manchester-city/#3b4c65b1273c
https://bitterandblue.sbnation.com/2019/11/21/20975137/manchester-city-a-look-at-citys-financial-figures
https://www.manchestercity.com.br/2020/clube/entenda-os-detalhes-sobre-a-punicao-da-uefa-sobre-o-fair-play-financeiro-e-o-manchester-city/
https://www.theguardian.com/football/2020/jan/22/manchester-city-financial-fair-play-breaches-2012-13-accounting-sponsorships-uefa-champions-league
https://www.transfermarkt.com.br/spieler-statistik/wertvollstemannschaften/marktwertetop
https://pt.uefa.com/community/news/newsid=2065454.html
https://globoesporte.globo.com/blogs/blog-do-rodrigo-capelo/post/2020/02/17/entenda-como-funciona-o-fair-play-financeiro-no-futebol-europeu-e-quais-clubes-estariam-ameacados-se-o-sistema-existisse-no-brasil.ghtml
https://veja.abril.com.br/placar/o-que-e-o-fair-play-financeiro-regra-que-puniu-o-manchester-city/
https://www.minhatorcida.com.br/champions-league/4892-uefa-divulga-valores-da-champions-league-20192020
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/09/11/A-mudan%C3%A7a-de-status-do-Manchester-City-10-anos-ap%C3%B3s-ser-vendido
https://www.theguardian.com/football/2018/sep/01/manchester-city-all-signings-10-years-abu-dhabi-united-group
https://desporto.sapo.pt/futebol/primeira-liga/artigos/uefa-aplica-multa-ao-fc-porto-devido-ao-fair-play-financeiro
Manual de licenciamento de clubes – CBF
https://lastwordonfootball.com/2019/02/22/chelsea-handed-transfer-ban-for-breaching-fifa-rules/
https://www.footballcoin.io/blog/5-clubs-trouble-uefa-financial-fair-play-regulations/
https://www.infomoney.com.br/negocios/fair-play-financeiro-manchester-city-e-banido-da-liga-dos-campeoes-por-duas-temporadas/
https://www.theguardian.com/football/2020/jul/13/manchester-city-champions-league-ban-lifted-cas-court-of-arbitration-for-sport
https://www.bbc.com/sport/football/53366098
​

    Categorias

    Todos
    - Basquete Brasileiro
    - City Football Group
    - Copa Do Mundo De Futebol Feminino 2019
    - E-sports
    - Futebol De Base
    - Futebol E Mercado De Capitais
    - Futebol Feminino
    - Igualdade No Esporte
    - Jogos Festivos
    - Marcas Próprias De Material Esportivo
    - Megaeventos Esportvios
    - Modernização Das Arenas
    - NBA E WNBA
    - Olimpíadas: Atletismo
    - Olimpíadas: Surf
    - Rascismo No Esporte
    - Sports IoT
    - Surf Feminino
    - Trasngêneros No Esporte
    - VAR: O QUE É?
    - VAR: USO

    Histórico

    Julho 2020
    Junho 2020
    Abril 2020
    Outubro 2019
    Setembro 2019
    Julho 2019
    Maio 2019
    Abril 2019
    Março 2019
    Dezembro 2018
    Novembro 2018
    Setembro 2018
    Agosto 2018
    Maio 2018

     EQUIPE

    A área de Pesquisa & Desenvolvimento é composta por 5 membros responsáveis por gerar conteúdos relevantes e atrativos para a entidade.

Imagem
Home
​
​Projetos
Eventos 
​Apoiadores
Conteúdos
​
Olimpíadas. - Surf
​
Olimpíadas - Atletismo
Eventos
​Panorama 2019.1
Panorama 2019.2

Contato
inspersb@gmail.com
Insper, Rua Quatá, 300
Sobre
Missão, visão e compromisso
Áreas de atuação
​

Imagem
  • HOME
  • SOBRE
  • CONTEÚDOS
  • EVENTOS
  • CONTATO
  • PROCESSO SELETIVO
  • PANORAMA ESPORTIVO 2020.1